Alice (número trinta e dois)
Alice,
Choveu tanto essa semana e, de alguma forma, o cheiro da chuva no meu quintal me lembra você. Mas não quero pensar em nada disso, não quero lembrar porque tudo dói demais. Dói só de lembrar que você existe. Não queria que doesse, mas dói.
Alice.
Eu gostaria que você sumisse. De verdade. Queria que tudo fosse como se nada tivesse acontecido, que você não aparecesse sorrateiramente em meio a qualquer coisa, em meio aos meus sonhos, em lugar nenhum. Eu só queria que você não tivesse se embrenhado tanto em mim, queria conseguir me convencer que você foi só um sonho meio esquecido e que nunca apareceu de verdade na minha vida.
Mas Alice...
Eu sou covarde. Eu não sei se realmente quero que você suma, desapareça e evapore como uma água fervente esquecida no fogão da minha cozinha. Eu queria que as coisas parassem de doer, que meu peito não afundasse ao pensar em seus olhos e você fosse só uma lembrança feliz - ou deixasse de ser lembrança.
Alice
Eu nem sei mais o que fazer, o que escrever ou o que falar... Eu fico cada vez incoerente. Eu não queria sentir nada disso... Não queria saber que você tem o poder de me fazer sorrir com meia dúzia de palavras, não queria saber que você é quase o amor da minha vida todinha e tá solta por aí, longe dos meus olhos, longe dos meus braços. Longe de mim.
Alice...
Não queria saber que não consigo te convencer e te fazer querer ficar.
E Alice
Eu sei que talvez não tenha nada a ver comigo e que cabe somente a você suas decisões. Só que não consigo evitar ficar fantasiando nós duas, como seria se as coisas fossem diferentes...
obrigada amiga!!!
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